segunda-feira, 3 de outubro de 2016

SEU FILHO AINDA TEM DIFICULDADES? SAIBA O QUE FAZER PARA AJUDÁ-LO.

Provas, testes, trabalhos, tarefas… É, o início do ano e a moleza acaba para quem estuda. Não adianta: para passar de ano e poder aproveitar as tão sonhadas férias com total tranqüilidade, crianças e jovens têm que estudar. Mas para um bom desempenho e qualidade nos estudos é fundamental antes de tudo uma consultoria educacional, e assim posteriormente uma orientação e um bom acompanhamento escolar. Professores e pedagogos concordam que acompanhar o desempenho deles na escola, principalmente neste período, é fundamental. De fato, a monitoria dos pais evita futuras dores de cabeça, como, por exemplo, parte das férias de verão em recuperações e provas finais.
A pedagoga Vera Lúcia Cunha, orientadora educacional do Liceu Franco-Brasileiro, no Rio, é enfática ao lembrar que "educação se faz dentro e fora da escola" e diz que a falta de tempo dos pais, com a mulher também no papel de provedora da casa, faz com eles não acompanhem os filhos adequadamente. Além disso, este processo não pode se dar apenas no fim do ano, quando nem sempre é possível recuperar as notas que não foram satisfatórias ao longo dos meses. "Costumamos ter reuniões freqüentes e chamamos os pais para que eles participem da vida dos filhos logo no início do ano. Não há como esperar até o segundo semestre. Por isso, oferecemos monitoria e aulas de reforço escolar", comenta Vera.
Os alunos precisam ter horário, responsabilidade, deveres. Sem uma orientação adequada , a criança pode fazer o que quer e acaba não estudando ou estudando de uma forma não apropriada.
Professora de matemática nas redes pública e particular de ensino, Itaci Brandão dá aulas particulares de reforço escolar e também atribui à falta de tempo dos pais a grande procura por revisões intensivas nesta época. O adulto precisa ditar as regras do jogo, orientar, conscientizar", opina. Segundo Itaci, os alunos com dificuldade já começam a chegar em abril, depois das notas do primeiro bimestre, e no meio do ano há também outra grande demanda por aulas extras.
Reta final. E agora?
Se durante o ano todo não houve acompanhamento ou se mesmo com acompanhamento não houve melhora no desempenho escolar, é hora de buscar soluções mais drásticas. Uma boa saída é checar em quais matérias seu filho tem maior dificuldade e estudar com ele. É importante que ele faça exercícios. O exercício é o momento onde se testa se realmente houve entendimento do que foi ensinado. Se você não souber ou achar difícil estudar com seu filho, procure orientação, como um professor particular – os pais de outros alunos em dificuldade sabem quem são os bons professores particulares; converse com eles. Algumas escolas também indicam educadores que já conhecem a metodologia de ensino da instituição.
É importante também estabelecer horários para estudo. O que vale para o ano todo, vale para a reta final, mas com mais intensidade. É preciso, entretanto, tomar cuidado com exageros para não sobrecarregar a criança. Conversar com a professora do seu aluno ou com a orientadora da escola ajuda a planejar e organizar melhor esse cronograma de estudos. "Organizar a vida da criança é essencial, porque no futuro ela vai precisar dessa organização. Afinal, criamos nossos filhos para a vida e não para serem sempre crianças", lembra Itaci Brandão.
O problema pode ser maior
Maria de Lourdes percebeu que seu filho tinha problemas de atenção ainda na alfabetização. Como também é professora, sabia que não era apenas de reforço escolar que ele precisava e procurou um neurologista. O diagnóstico só confirmou o que a mãe suspeitava: déficit de atenção. Quando seu filho começou a tomar remédios, Lourdes não comunicou à escola e foi chamada porque, surpreendentemente, a criança prestava mais atenção à aula. Hoje, ele se prepara para o vestibular e, 40 minutos antes de qualquer prova, ingere o medicamento que o ajuda a ter mais atenção. Mas ainda havia dificuldade nessa época de preparação para ingressar na faculdade. Descobriram que o filho também tinha dislexia e agora buscam soluções que não atrapalhem sua entrada em uma universidade.
Nesses casos, apenas a orientação médica pode fazer com que anos não sejam perdidos. O apoio dos pais e da escola, porém, é vital para que a criança ou jovem supere suas próprias dificuldades ou limitações. Até mesmo para diagnosticar: o acompanhamento dos responsáveis é a principal forma de averiguar o que, afinal, está acontecendo com a criança que apresenta um fraco rendimento. Se mesmo com um bom planejamento de estudos e estímulo para atividades seu filho continua mal no colégio, atenção! Procure conversar com especialistas (até mesmo na própria instituição) e busque ajuda de um psicólogo ou psicopedagogo caso desconfie de problemas de atenção e concentração.
Escola e pais de mãos dadas
Se a escola não procura os pais e não tem sequer reuniões periódicas entre pais e professores, este é um sinal preocupante. A pedagoga Vera Lúcia Cunha lembra que é importante que os pais procurem se informar sobre o projeto pedagógico da escola em que pretendem matricular o filho.
Por isso, é necessário ficar atenta à escola que você escolheu, ao horário que seu filho dedica ao estudo e acompanhar, principalmente, o desempenho da criança durante todo o ano letivo para evitar correria e estresses no fim do ano.
Mas se só agora este tipo de atitude está sendo tomada, não se desespere! Siga as dicas dos profissionais: mantenha contato com a escola, estimule seu filho a estudar mais, faça um planejamento de estudos das matérias que ele mais precisa, estabeleça horários – inclusive para atividades físicas e de lazer, que também ajudam na concentração e na motivação – e, se necessário, procure aulas de reforço. Tente deixar claro a situação e os limites a seu filho, mas sem pressioná-lo em demasia.
Como vimos acima, no final do ano, é comum os pais se perguntarem "Por que meu filho pegou tantas recuperações?, O que aconteceu?, Por que repetirá o ano? O que fizemos de errado?"
As soluções, imediatas e drásticas, adotadas para obter a aprovação no final do ano são à custa de um esforço fora do comum. O aluno tem que aprender o que teve dificuldade para aprender o ano inteiro em dois ou três meses.
O hábito de estudo não se adquire de um dia para o outro. É um processo evolutivo que precisa ser iniciado, construído e mantido. Não é possível estabelecê-lo em momentos conturbados, como aqueles que antecipam provas e recuperações e nem no final de ano, quando as defasagens de conteúdo estão acumuladas.
A busca pelo hábito de estudo não é fácil, assim como qualquer hábito que se pretende obter. Procurar um acompanhamento escolar para orientar o estudante, adquirir comportamentos saudáveis de estudo é buscar soluções em tempo hábil, com resultados construídos em longo prazo, afinal o acompanhamento escolar não só ensina a matéria, ele cumpre uma função maior de ensinar o aluno a estudar as matérias.
Ao adquirir o hábito do estudo saudável, o estudante terá, conseqüentemente: organização; elevação da autoestima; desejo de aprender e melhor desempenho escolar.
Se o seu filho não possui um estudo adequado em casa ou se finalizou o ano com dificuldades, oriente-o para que comece a estudar desde o início do ano. Desta maneira, ele terá um ano mais produtivo, marcado por muitos sucessos.

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